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Estudo de Caso

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Estudo de Caso

Sua tarefa nesta unidade será iniciar o registro escrito de seu "Estudo de Caso", você deve definir quem será o sujeito de sua pesquisa e registrar as informações.

Note que o sujeito por você escolhido não precisa estar relacionado com a temática desta unidade ou com as próximas. Procure algum caso na sua instituição, ou numa instituiçaõ vizinha ou ainda um aluno multirepetente ou com dificuldades de aprendizagem. Lembre-se: escolha para seu estudo de um determinado sujeito do cotidiano de sua prática pedagógica (como informado na Unidade 3).

Você pode começar contemplando os seguintes pontos:

 

 

1) Dados de identificação do sujeito

 

 Nome: Pedro Henrique, nome fictício escolhido pelo próprio aluno 

 Idade: 15 an0s

 Data de nascimento: 12/05/91

 Profissão da mãe: Do lar

 Pai:  Era pedreiro, faleceu com 49 anos, devido um tumor no cérebro

 Pedro Henrique tem 8 irmãos, 5 masculino, sendo ele o filho mais novo e 3 feminino. As idades variam de 11 a 32 anos. Hoje, ele mora só com a mãe, que sofre de depressão, o que segundo ele é muito difícil ter que aguentar essa situação, já que é o único filho que mora com ela. Os dois trabalham, sendo que ele cuida de duas pessoas idosas,  e que sofrem de alzaimer. A senhora tem 65 anos e o senhor 75 anos de idade. Pedro Henrique serve o almoço e o café da tarde para eles, que é feito por uma filha do casal que deixa tudo pronto antes de ir trabalhar. Ele ainda passa um pano molhado e troca as fraldas, e auxilia eles a sair da cadeira de rodas quando necessário. O casal as vezes se mostram agressivos, mas Pedro disse que gosta do que faz. Ele recebe pelos serviços prestados R$ 150,00 por semana o que ajuda bastante a dividar as contas com sua mãe. A mãe dele é doméstica e sai de manhã e só volta á noite, pois trabalha em três casas.

O casal que Pedro cuida são da raça negra, e eles tem o costume de chamá-lo de meu filho branco.

Pedro Henrique está na 4ª série, e não é meu aluno, mas já foi numa das  três 1ª série que precisou frequentar. Sempre demonstrou grandes dificuldades de aprendizagem, que se agravava ainda mais com suas constantes faltas, que não mudou até hoje. Pedro Henrique, ficou 3 anos na 2ª série, 4 anos na 3ª e esse ano está na 4ª série.  Já passou muitas vezes pelo Laboratório de Aprendizagem da escola. Sua mãe sempre mostrou pouco interesse em ajudar esse filho,  quem se preocupava mais com ele era seu pai.  A escola sempre se empenhou em fazer a sua parte com os encaminhamentos necessários, como foi o caso do CIR (Centro de Integração e Recursos), mas o menino nunca foi chamado. Também foi encaminhado para psicóloga, fez a triagem (05/05/99), e espera até hoje por uma consulta. Por muitos anos ele tomou os remédios Gardenal e Diazepan, só que ele não soube dizer qual foi o profissional que receitou os medicamentos devido já ter deixado a muito tempo de tomar.

Como é um aluno muito ausente, tenho dificuldades de voltar a conversar com ele, decidi então, dar uma pesquisada na ficha de matrícula dele. Descobri que a sua idade na verdade não é 15 anos como ele me falou, mas sim 18 anos.

Pedro Henrique é uma pessoa bastante comunicativa e prestativa para com os colegas professores e funcionários da escola. Noto que a cada ano que passa o interesse dele diminui, em estar na escola. Até porque ele já se sente diferente no meio dos outros, por seu tamanho e tom de voz, pois os alunos de quarta série são todos pequenos.

Escolhi o Pedro Henrique para meu estudo de caso, por conhecê-lo desde quando cheguei na escola. Sempre o considerei pelo fato de ter tantos problemas familiar, de identidade, de aprendizagem mas, nunca deixou de manter o respeito e a educação dentro da escola. Atitudes que muitas vezes nem chega perto de certos alunos que tem tudo o que querem na vida. 

Acredito que Pedro Henrique será daqui a uns dois anos no máximo, mais um indíviduo a abandonar os estudos. Isso se deva a falta de comprometimento das partes responsáveis, principalmente da saúde, onde se espera por muitos anos por um atendimento. Ele foi encaminhado em 1999, e espera até hoje por um atendimento, onde quem sabe teria o ajudado a vencer um pouco das sua dificuldades. Onde está o apoio que esse aluno tem direito, e que consta na lei? A escola tem sua parte de responsabilidade também, pois seu curriculo é centrado em conteúdos conceituais e nos aspectos mais acadêmicos, que propõe um sistema de avaliações baseado na superação de um nível normativo igual para todos, deixando com que os mais fracos fiquem em desvantagens.  Sabemos que um currículo para a diversidade precisa contemplar as necessidades educativas dos alunos. O mais complicado é querer trabalhar numa escola em que cada um é por si, pois segundo o que nos falam na minha escola é que "cada um tem o seu carma".

Conversei com a professora do Pedro Henrique para saber sobre o desempenho dele em sala de aula, ela me relatou que não adianta querer apostar nele pois, ele não sabe nada mesmo e a falta de interesse é muita além de ser um aluno bastante ausente. Percebi que a professora não está preocupada em investir ou fazer uma tentativa para que ele sinta interesse em participar das atividades propostas. Perguntei-lhe se a mãe dele tem vindo na escola, ela me repondeu: Nem a conheço!

 

 Avaliação:

 

O aluno Pedro Henrique tem o seu jeito diferenciado para aprender as atividades, sendo assim ele se encontra em desvantagens em relação aos seus colegas de turma. Acredito na importancia do olhar diferenciado da professora já que ele é um aluno que apresenta certas dificuldades, para que ele consiga avançar e sentir-se parte integrada do processo de aprendizagem.  As atividades nesse caso necessitam também ser do interesse dele, pois se é algo em que não saíba fazer e ninguém na sala tem a preocupação de lhe perguntar se entendeu ou não a questão, fica complicado ele aprender sozinho, por isso acho interessante que o professor fique atento na forma com que ele realiza as tarefas para então poder ajudá-lo. Pedro Henrique é avaliado como os demais alunos da escola, trimestralmente, através da nota. Penso que seria importante que esse aluno tivesse uma avaliação contínua, e que todos os trabalhos dele fossem valorizados, pois ele deve ter avançado durante esse tempo que veem frequentando as aulas, mas não será uma prova igual a dos demais alunos que irá mostrar os seus progressos.

 

Conclusão:

 

Acredito que a mudança deva começar pela escola, através do Plano Político Pedagógico, onde seja incluido os alunos com necessidades especiais, e que a avaliação e o currículo seja voltado a esses alunos. Já passei pela experiência de ter um aluno cadeirante e sei o quanto é frustrante na hora da avaliação, onde precisei dar notas para ele como os demais alunos, pois essa é a forma avaliativa da escola. A escola tendo essa atitude  vem a mostrar que também está comprometida com a inclusão, e não apenas o fato do aluno ter a vaga garantida. Com essas mudanças penso que teremos professores que precisarão também refletir sobre suas atitudes em sala de aula.

 

Esta interdisciplina veio contribuir para minha prática em sala de aula, pois hoje consigo refletir sobre a importancia do olhar e o comprometimento do professor para as diversidades, e que a avaliação é um processo que pode levar o aluno a exclusão e ao fracasso escolar.

O olhar que Ana Carolina Christofari menciona:

 

 A democratização da escola não significa apenas livre acesso de todos à escola, significa um avanço social em termos de valorização dos sujeitos, de ampliação do acesso aos conhecimentos, científicos e sociais. A universalização da escola é possibilidade de diálogo entre diferentes visões de mundo, de trocas interpessoais enriquecidas pela diversidade humana e possibilita que a escola possa vir a se transformar num caleidoscópio humano, onde a diversidade de cores, de maneiras de ser e de se relacionar sejam elementos fundamentais na constituição de um belo desenho que, quanto mais diversidade, mais belo fica. Desenho esse que se modifica a cada olhar e que, na falta de uma peça, vai perdendo o brilho, a graça. A "escola caleidoscópio" permite movimento, lugares mutáveis imprevisíveis, possibilita o sujeito ser diferentes outros, se constituir de várias maneiras sem deixar de ter seus saberes legitimados, podendo mostrar diariamente, diferentes faces.(CHRISTOFARI, Pag. 14 - 2008).
 
 

 

 

Comments (7)

Simone Ramminger said

at 8:55 pm on May 25, 2009

Iliana agora achei tua postagem! Vejo que já registraste alguns dados sobre o sujeito do teu estudo de caso, inclusive as informações solicitadas na atividade. Portanto, fizeste a postagem da atividade da unidade 4. Procuraste preservar a identidade do menino, isso é muito importante. Podes registrar também qual a deficiência ou dificuldade do menino. Ele é teu aluno? Em que série ele está? Assim que fores descobrindo novas informações podes ir postando aqui.
Um abraço, Simone - Tutora sede EPNE

Simone Ramminger said

at 12:37 pm on Jun 4, 2009

Oi Iliana!!
Vi que acrescentaste algumas informações ao teu texto, que clarearam um pouco mais o caso para quem está lendo.
A atividade da unidade 5 consiste em continuar o registro escrito de teu Estudo de Caso abordando o seguinte item: História de vida do aluno (avaliação inicial, diagnósticos (médicos, outros), encaminhamentos, atendimentos complementares especializados, processos investigativos). Podes acrescentar outras informações que achares relevantes. O prazo para postar esta tarefa no "Dossiê de Inclusão" de Inclusão é domingo, 07/06. Qualquer dúvida, faça contato.
Um abraço, Simone - Tutora sede EPNE

Simone Ramminger said

at 11:31 pm on Jun 11, 2009

Iliana o que mais descobriste sobre o Pedro Henrique? É ele quem cuida de duas pessoas idosas? Em que turno e que tipo de cuidados? Ele sempre foi um aluno bastante ausente? Algum dos irmãos dele estuda na mesma escola? O que mais sabes sobre a história de vida dele? Por que escolheste o Pedro Henrique para ser o sujeito do teu estudo de caso?
A atividade da unidade 6 já está disponível no Rooda, em aulas e deve ser postada até 21/06.
Qualquer dúvida, faça contato.
Um abraço, Simone - tutora sede EPNE

nanersp@... said

at 4:54 pm on Jun 22, 2009

Simone, tem como ver onde foi parar a postagem que eu havia feito, pois voltei hoje na página para fazer a avaliação e levei um susto. Sumiu o que eu havia colocado.
Um abraço,
Iliana.

Simone Ramminger said

at 7:21 pm on Jul 3, 2009

Que dia fizeste a postagem? Sobre o que era Iliana? Abraço, Simone

Simone Ramminger said

at 7:47 pm on Jul 3, 2009

Iliana observei que acrescentaste algumas informações ao teu texto, respondendo às minhas questões. Sabes por quem foram receitados os remédios Gardenal e Diazepan? Comentas sobre o relacionamento do Pedro Henrique com colegas e professores. Como é o processo de aprendizagem dele hoje em dia? Poderias conversar com a professora dele para saber mais detalhes sobre isso. Existe algum envolvimento da mãe no processo de inclusão escolar, atualmente? Com tantas repetências, os professores continuam realizando com ele o mesmo trabalho que realizam com os demais alunos?
Que aproximações existem entre as idéias trazidas nos textos da unidade 7 sobre avaliação e teu estudo de caso? Aguardamos a postagem da atividade 7.
Qualquer dúvida, faça contato.
Um abraço, Simone

Simone Ramminger said

at 12:32 am on Jul 6, 2009

Iliana observei que acrescentaste mais informações ao teu estudo de caso. No texto AVALIAÇÃO E INCLUSÃO ESCOLAR: DESAFIOS, CONFLITOS E POSSIBILIDADES, Christofari traz uma questão importante sobre avaliação: "Dentre tantas questões que entram em pauta quando nos referimos à educação que prima pela inclusão escolar, podemos destacar uma que nos oferece um grande desafio: como avaliar a aprendizagem dos alunos sem que essa prática se torne instrumento de exclusão e de fracasso escolar?" Que outros pontos te chamam a atenção nesse texto e que podes relacionar com a tua prática?
De que forma tu acredita que esta interdisciplina contribuiu para a tua prática em sala de aula?
Podes desenvolver um pouco mais as conclusões do teu estudo de caso e fazer algumas relações com os materiais lidos e vistos ao longo do semestre. Ok?
Um abraço, Simone - tutora sede EPNE

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